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terça-feira, 13 de julho de 2010

Antigos experimentos com coelhos e cães providenciam poderosa evidência para a Teoria da Acidez na Aterosclerose (1)

Segue resumo de 2 estudos desenvolvidos no início do século passado mostrando que coelhos e cães alimentados com ácidos podem desenvolver lesões ateroscleróticas:
1) Experimentos de Oswald Loeb, um conhecido professor de farmacologia e cientista da Universidade de Gotinga - Alemanha, demonstraram em estudo publicado em 1913, que coelhos e cães alimentados com ácido láctico resultaram em lesões ateroscleróticas nesses animais (2). O livro “Arteriosclerose e hipertensão“ (3), escrito pelo Dr. Louis M Warfield (Johns Hopkins), mostrou os seguintes comentários sobre os experimentos de Oswald Loeb:
“Oswald Loeb produziu mudanças nas artérias de coelhos alimentando-os com lactato de sódio (ácido láctico). Seus controles alimentados com outros ácidos se tornaram caquéticos, mas não mostraram mudanças arteriais. Ele encontrou a seguir que em 100 gm. de sangue humano existia normalmente de 15 a 30 mg. de ácido láctico. Após um trabalho árduo ele achou cerca de 150 gm. A arteriosclerose seria na verdade devida a presença de ácido láctico livre na circulação. Ele teve sucesso também em produzir lesões da intima em um cão alimentado por um longo tempo com dieta pobre em proteína, mais ácido láctico e lactato de sódio.”
2) O médico I. Adler, dos Laboratórios do Conselho de Saúde de Nova York, disse em seu trabalho intitulado “Estudos sobre a Aterosclerose Experimental” (4), publicado em 1913, que uma observação casual pelo Dr. P. A. Levene sugeriu o procedimento simples de adicionar acido hidroclórico na comida dos cães e como conseqüência produzir uma hiperacidez crônica. Isto levou Adler a incluir cães alimentados com ácidos em seus experimentos. Ele disse em seu trabalho que ainda que somente 2 cães tenham sido alimentados com ácido hidroclórico, apresentando afecções escleróticas, a possibilidade não pode ser negada, especialmente em vista dos numerosos resultados negativos com outros métodos, que esses resultados positivos não seriam meras coincidências, mas seriam provavelmente devido ao ácido hidroclórico. Referindo-se ao final de sua publicação quanto aos cães alimentados com ácidos apresentando lesões ateroscleróticas ele colocou “que o estudo estava sendo continuado e definitivas conclusões seriam prematuras naquele estágio; mas talvez pudesse ser permitido, mesmo naquele momento, aventurar a declaração de que com toda a probabilidade a teoria que baseia a aterosclerose como uma etiologia puramente mecânica não se provaria defensável". Continuando disse que "Se fatores mecânicos participassem de alguma forma, e se isso se confirmar, e em qual extensão, permaneceria a ser comprovado e que parecia quase certo, pelo menos no nosso presente estado de conhecimento, influências, sujeitas possivelmente a mais ou menos controle dos nervos, são fatores dominantes na etiologia da aterosclerose. Talvez seja descoberto também que o colesterol e suas varias modificações, enquanto indubitavelmente um elemento de importância na aterosclerose de coelhos e seres humanos, possa não ser o único fator etiológico predominante“. Ele termina dizendo que “Se houver comprovação de que um procedimento tão simples quanto adicionar certa proporção de ácido hidroclórico na comida de cães seja suficiente para produzir lesões dos vasos sangüíneos estreitamente análogos, se não totalmente idênticas com a aterosclerose humana, uma revisão de nossas teorias presentes se tornarão necessárias“.
Em nossa opinião os efeitos gerando lesões ateroscleróticas nesses experimentos foram causados não somente pela hiperacidez crônica nos coelhos e cães, mas também relacionadas a uma aguda ativação do sistema simpático provocada pela ingestão de ácidos.
Carlos Monteiro
1. Carlos ETB Monteiro, “Ambiente ácido evocado por estresse crônico: Um novo mecanismo para explicar aterogênese.”, disponível no Infarct Combat Project, Janeiro 28, 2008 em http://www.infarctcombat.org/AcidityTheory-p.pdf (versão em português)
2. Loeb, O., Ueber experimentelle Arterienveraender ungen mit besonderer Beruecksichtigung der Wirkung der Milchsaeure auf Grund eigener Versuche, Deutsch. med. Wchnschr., I913, xxxix, I819
3. Louis M Warfield, M. D., Third Edition, C. V. Mosby Company, 1920, with full free text at http://www.archive.org/stream/arteriosclerosis00warfuoft/arteriosclerosis00warfuoft_djvu.txt
4. I. Adler, “Studies in Experimental atherosclerosis - A preliminary report“, The Journal of Experimental Medicine, 1913. Free full text at http://jem.rupress.org/content/20/2/93.full.pdf

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